Após as maiores manifestações
nos últimos 20 anos afetarem as atividades varejistas nos maiores centros
urbanos brasileiros, fato que levou os associados do IDV (Instituto para
Desenvolvimento do Varejo) a apontar queda de 1% nas vendas, em comparação com
o mesmo mês do ano anterior, a perspectiva para agosto e setembro
são muito positivas.
Estudos realizados mensalmente
com os associados do IDV, esperam uma aceleração, com crescimento real de 9% em
agosto e 11,3% em setembro, sempre na comparação com os mesmos meses de 2012.
O varejo de não duráveis, que
corresponde pelas vendas de alimentos, entre outros, apontou notável queda em
junho, de 4,6%. No entanto, o IAV-IDV indica forte recuperação para agosto e
setembro, com crescimento de 11,3% e 14,7%, em comparação com o mesmo período
do ano anterior.
Vale ressaltar que o
desempenho desta categoria tem o maior peso nas medições do IAV-IDV, bem como
do IBGE, e contribui historicamente entre 40% e 50% de participação no índice
da Pesquisa Mensal do Comércio calculado por este órgão do governo.
O setor de bens semiduráveis,
que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, é o grupo com
desempenho mais constante. Os associados apontaram leve queda de 0,4% das vendas
realizadas em junho e para agosto e setembro, observa-se uma manutenção das
vendas próxima dos dois dígitos, com expectativa de aumento de 8,6% e 9,3%,
respectivamente.
Já para o segmento de bens
duráveis, apesar do retorno gradual das alíquotas originais do IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados) para linha branca e móveis, os associados
estimam taxas significativas de crescimento, com alta de 8,1% em agosto e 11,1%
em setembro, na comparação com mesmos meses de 2012. Em junho, houve aumento de
3,9% nas vendas.
Para o presidente do IDV, Flávio Rocha, o cenário econômico nacional foi
marcado nas últimas semanas pela manutenção da política restritiva do Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reuniu no dia 10 de julho e
decidiu aumentar a taxa básica de juros da economia de 8% para 8,5% ao ano.
“Foi o terceiro aumento consecutivo na taxa Selic, maior nível desde abril de
2012. Além disso, a influência da inflação em itens importantes para as
famílias brasileiras, como alimentos, afetou o desempenho do varejo no primeiro
semestre. Contudo, a desaceleração da inflação, principalmente no setor
alimentício, e a manutenção do bom momento do binômio trabalho e renda podem
conduzir para melhores resultados no segundo semestre de 2013”, analisa Rocha.
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